Durante muito tempo todas as manhãs eu me vestia com uma fantasia qualquer que eu supunha te agradar: a de menina culta e comportada, menina "nem ai" e moderna , menina divertida e desencanada, de menina sensível e romântica e outras varias para tentar de impressionar e nisso eu perdia a naturalidade, já você sempre tão natural, sem neuroses, livre de toda podridão e com cheiro bom.
E eu me pegava olhando pra tudo isso e te amando tanto que não me permitia ser quem realmente eu era ,porque no fundo eu era - sou- essa criança boba, esquecida e assustada. Não, eu não podia me posicionar dessa maneira diante do homem mais completo que eu já tinha conhecido,mas meus medos e fragilidades vazavam por minhas fantasias e no fim tudo foi em vão.
E olha, não te culpo, não me culpo, não culpo ninguém. Só fico chateada por ter me prendido tanto a você , justo eu que sempre dizia: "Nenhum homem me prende!" E o pior me prendi a quem não queria me prender, me anulei demais e hoje me vestindo de "mim mesmo" - que apesar de todos os defeitos é a fantasia mais incrível que eu já vesti- penso que embora o amor talvez seja uma fantasia não se pode se fantasiar para ele, tem que cair de cara sem mascaras e correr o risco, porque o fato de amar não significa se anular, pelo contrario ou você se mostra verdadeiramente ou então você vai ser brevemente esquecido ou nem notato.
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